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Publicado por Blog do Ivonaldo Filho

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quinta-feira, 11 de março de 2021

Lula acena ao centro e quer colocar o PT na rua, mas pandemia impede o clima de caravana

EL País: é hora “de botar nossa gente para andar”. Em outros tempos, esse chamamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feito na aparição de mais duas horas que capturou TVs e redes sociais nesta quarta-feira, teria causado furor entre os militantes do Partido dos Trabalhadores. Com o coronavírus ditando os rumos do país, no entanto, o clima do partido ainda não é de caravana para promover o candidato natural do partido em 2022 ―o petista, como esperado, evitou se dizer na disputa presidencial no discurso em seu berço político, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. “A meta é andar com a divulgação do Plano de Reconstrução do Brasil”, esclarece Alberto Cantalice, membro do Diretório Nacional do PT.

O documento da Fundação Perseu Abramo ―um conjunto de propostas construídas por vários intelectuais a respeito do futuro do Brasil―, é a aposta do partido para negociar uma frente ampla para as eleições de 2022. Por enquanto, à frente desse movimento está Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, que ficou responsável por levar o estandarte do partido em andanças pelo país para azeitar novas articulações. Haddad confirmou que há cerca de um mês, após Lula pedir “o bloco na rua”, o partido definiu um cronograma de ação, que começou com seu encontro com Alexandre Kalil (PSD-MG), prefeito de Belo Horizonte, em 25 de fevereiro.

Kalil é visto como um aliado importante nas eleições presidenciais de 2022 e não só pelos petistas. O prefeito de Belo Horizonte já se encontrou neste ano com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). “Kalil é um democrata, não está no campo bolsonarista e está tendo atitude muito pró-ativa na questão da pandemia. Belo Horizonte é um dos exemplos exitosos da luta contra esse terraplanismo anticientífico de Bolsonaro”, afirma Cantalice. O prefeito da capital mineira negou que a agenda com Haddad tivesse como tema as eleições. “Foi uma conversa gentil, não se tratou de 2022, porque isso não é hora”, disse ao jornal O Estado de Minas. A agenda, de todo modo, casa com o discurso de Lula nesta quarta, quando fez aceno a todos os espectros ideológicos e disse que é preciso conversar com empresários e com políticos de vários matizes no Congresso ―apesar das críticas aos preços dos combustíveis, um terror do mercado, era uma mensagem aos agentes econômicos de que não era ele o radical na praça.

A segunda escala de Haddad será o Rio de Janeiro. O ex-ministro da Educação de Lula viajaria nesta quinta-feira, 10, para um encontro com Marcelo Freixo (PSOL-RJ). “Sempre tivemos muito boa relação com o Freixo, inclusive, achamos que ele é uma grande liderança no Rio”, disse o dirigente petista. A agenda, no entanto, foi cancelada e deve ficar para a próxima semana. No Rio, Haddad também deve encontrar líderes religiosos. “Aumentou muito o número de mortes e infecções e então estamos evitando fazer eventos, mas nossa meta é cair na estrada”, diz Cantalice. A pandemia também fez o partido postergar a viagem de Haddad ao Nordeste, que aconteceria neste mês.

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