Farmácias brasileiras venderam mais de 52 milhões de comprimidos de quatro medicamentos do chamado “kit covid” em um ano de pandemia: sulfato de hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina e nitazoxanida. Segundo levantamento exclusivo da Agência Pública, foram vendidos mais de 6,6 milhões de frascos e caixas desses quatro remédios de março de 2020 a março de 2021.
Os números representam apenas as vendas desses
medicamentos em farmácias privadas, isto é, não incluem o que foi aplicado em
hospitais ou dispensado em postos do Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com o levantamento da Pública, dentre os
quatro medicamentos, o que teve mais comprimidos vendidos foi a
hidroxicloroquina — que o presidente Bolsonaro anunciou tomar quando foi
diagnosticado com covid-19. Foram mais de 32 milhões de comprimidos
vendidos desde março de 2020, um total de 1,3 milhão de caixas.
Desde o fim de março de 2020, a hidroxicloroquina entrou para a lista de medicamentos sujeitos a controle
especial, junto à cloroquina, por decisão da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa). Foi essa mudança na classificação que permitiu contabilizar
a venda de hidroxicloroquina nessa base de substâncias.
A própria Anvisa reconheceu que a inclusão dos
medicamentos na categoria tinha o objetivo de “coibir a compra indiscriminada
de medicamentos” devido à pandemia, embora já tivesse alertado à época que “não
existam estudos conclusivos sobre o uso desses fármacos para o tratamento da covid-19”.
A bula da hidroxicloroquina prevê que ela seja utilizada para tratar malária ou
certas doenças autoimunes, como lúpus e artrite reumatoide. (Publica/MSN)
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