"É um estreitamento político, não necessariamente
eleitoral. Tivemos uma conversa muito boa com o PSB para discutir como podemos
ajudar o Brasil a sair dessa crise", afirma a presidente nacional do PT, a
deputada federal Gleisi Hoffmann (PR). Em Pernambuco, estado estratégico
para o PSB, algumas peças começam a se mover no tabuleiro eleitoral. O deputado
estadual e ex-prefeito do Recife João Paulo (PC do B) vai retornar ao PT depois
de conversas com Lula.
Ele tem repetido a pessoas próximas que a decisão não
está relacionada à disputa de cargos eletivos. No entanto, setores do PT o têm
como uma carta na manga para uma eventual composição de chapa com o PSB,
atendendo à estratégia nacional petista de ampliar sua bancada no
Senado. Em conversas reservadas, João Paulo tem dito que é grande a
possibilidade de nova aliança entre PT e PSB. Na eleição para a Prefeitura
do Recife no ano passado, ele declarou voto em Marília Arraes (PT) contra João
Campos (PSB), mas tem ótimo trânsito entre os socialistas pernambucanos. Deixou
o PT um dia antes de Lula ser preso, em 2018, o que provocou grande mágoa no
ex-presidente.
Após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que tornou
Lula elegível, ficaram mais evidentes os movimentos de aproximação entre o
governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), e o ex-presidente. Ao
contrário do prefeito do Recife, João Campos, o governador fez defesa enfática
de Lula nas redes sociais logo após a decisão judicial. Historicamente, Pernambuco
tem peso nas decisões do partido. O PSB no estado é bastante pragmático quando
a hegemonia da sigla, que já dura 14 anos, é ameaçada.
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