Superintendente Danilo Cabral avalia que Romeu Zema foi 'muito infeliz' ao apostar na politização no tema das desigualdades regionais
Superintendente da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), Danilo Cabral avalia que o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), foi infeliz ao apostar na politização das diferenças regionais e lembrou que o norte mineiro se beneficia dos mesmos incentivos que o Nordeste recebe para diminuir as desigualdades.
Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Zema afirmou que o Cosud (Consórcio de Integração Sul e Sudeste) decidiu buscar protagonismo político e econômico para as duas regiões para evitar perdas econômicas contra as outras regiões.
O norte de Minas e do Espírito Santo fazem parte da área de abrangência do órgão, além dos nove estados do Nordeste. "Minas é parte da Sudene também. Nós temos 250 municípios. Depois da Bahia, é o estado que mais tem presença dentro da Sudene", diz Cabral.
Ele lembra que, até agora, R$ 300 milhões foram investidos na região norte de Minas, fruto dos incentivos fiscais que a Sudene concede às empresas no estado. "Ou seja, de certa forma ele faz uso, na região norte de Minas, nesse conjunto de municípios, dos mecanismos de incentivos que, de alguma forma, ajudam a reduzir a desigualdades naquela região."
Cabral disse ter estranhado a declaração de Zema, mas não vê uma antecipação das eleições de 2026, e sim uma dificuldade de desarmar o palanque de 2022.
"Acho que é uma situação inversa. É a preservação do ambiente eleitoral que, no nosso entendimento, eu acho que a gente deveria ter cessado já. Eu acho que as diferenças políticas que nós temos foram expostas, discutidas e apresentadas à população durante o período eleitoral. Cabe ao povo de forma soberana decidir, como foi decidido", destaca o superintendente da Sudene.
Ele também defende que os estados de Sul e Sudeste se organizem em consórcios, como o Nordeste fez. "Eu acho que seria oportuno que eles constituíssem", diz. "Agora, isso não pode ser colocado sob um viés de uma tese que inclusive foi derrotada nas urnas, que é essa questão da divisão do país. Eu acho que a gente já pagou um preço caro pela intolerância, pelo preconceito, pelas agressões que nós tivemos sobretudo nos últimos quatro anos."
Para Cabral, o momento é de desarmar. "Eu acho que foi o governador foi muito infeliz ao apostar numa politização no fim do tema das desigualdades regionais." (Folha de São Paulo)
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