Foto: Clenio Novaes/Divulgação
Um castelo sendo construído em pleno Sertão pernambucano. São José do Belmonte, a 479 km do Recife, ganha obra de arte com elementos regionais, inspirados em criações do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna. Com uma decoração baseada no Movimento Armorial – onças aladas, pássaros exóticos e personagens do romance A Pedra do Reino e O Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta – a construção apresenta ambientes que remetem à cultura popular nordestina.
A ideia de erguer um castelo, no Centro da cidade, é do comerciante Clécio de Novaes Barros, 43 anos, para enaltecer a literatura regional. Foram necessários mais de dez anos planejando e quatro anos para levantar a estrutura, com recursos próprios.
Segundo o idealizador, foram gastos mais de R$ 2 milhões para concretizar um sonho que tem a altura de um prédio de seis andares e área de 1.500 metros quadrados. Uma casa com quatro quartos na cidade custa, em média, R$ 50 mil. Daria para comprar 40. “Não é investimento financeiro, mas pessoal. Acredito que temos de empregar o dinheiro naquilo que nos dá satisfação.”
O castelo possui cópias de quadros confeccionados por Ariano e sua mulher, Zélia Suassuna; cidade cenográfica, com elementos da década de 1930 (casa de farinha, cabaré, cartório); uma homenagem ao cordelista J. Borges, com réplicas de suas xilogravuras e exposição de fotos contando a história de São José do Belmonte.
Na entrada, uma torre central representa o reino encantado de dom Sebastião, com bonecos em tamanho real da principal figura de A Pedra do Reino, o “Rei Quaderna”. A peça foi encomendada a artesãos de Tracunhaém, na Mata Norte, responsáveis pela produção de parte do acervo no local.
São José do Belmonte não é destino turístico. Seu principal atrativo é a Cavalgada à Pedra do Reino, em maio. Clécio pretende incluir o município na rota, com apresentações de teatro e música. O castelo não tem previsão para ficar pronto nem dia certo para abrir ao público.
