Duas muralhas. Por anos a fio, os goleiros Marcos e Rogério Ceni foram os portos seguros de Palmeiras e São Paulo, respectivamente. Adjetivos não faltam para descrevê-los: o Santo, o Mito, gigantes, campeões. No entanto, até as vigas das mais impenetráveis das fortalezas perdem a batalha contra o tempo. Aos 38 anos, 20 deles dedicados ao Verdão, Marcos se aposentou em janeiro. Ceni ainda não pendurou as luvas, mas se viu obrigado a passar por uma cirurgia no ombro, ficará ainda mais quatro meses parado (no mínimo) e sabe que o dia do adeus se aproxima.
Neste domingo, às 16h, em Presidente Prudente, o confronto entre Palmeiras e São Paulo não terá a presença nem de Marcos, nem de Rogério. Os campeões mundiais pela Seleção Brasileira, porém, não deixaram suas equipes órfãs. Bruno e Deola disputam o papel de substituto no Verdão - o segundo é o favorito a voltar ao time.
Denis, por outro lado, já recebeu do técnico Emerson Leão o status de titular absoluto do Tricolor. Só que a tarefa de herdar a vaga de um ídolo não é nada fácil.
– É complicado substituir o Rogério, porque ele é ídolo da torcida e ícone aqui dentro, é muito respeitado pelos jogadores, pela comissão técnica e pelos dirigentes. Mas estou tranquilo, porque o Rogério sempre me apoiou muito. Sempre que ele ficou fora, conversou comigo para eu entrar calmo e repetir o que fazia no treino. Ele confia no meu trabalho – disse Denis.
A sombra do grande goleiro pesa também no vizinho de CT, o Palmeiras.
Rogério Ceni está lesionado e Marcos, aposentado
(Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
(Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
– Marcos é insubstituível. Não vai haver outro goleiro igual, tanto dentro quanto fora de campo. A torcida sente um pouco, porque ele é um ídolo e estava à frente do Palmeiras há 20 anos. O que eu e o Deola tentamos fazer é aprender o máximo com as lições dele e dar sequência ao trabalho – disse Bruno.
Nos confrontos entre Ceni e Marcos, porém, foi o são-paulino quem deu aula. Em 23 jogos com ambos à frente das metas de seus times, o Tricolor levou a melhor em dez clássicos, enquanto que o Alviverde venceu apenas cinco – oito terminaram empatados. Além disso, Rogério tomou menos gols – sofreu 31 tentos, três a menos que Marcos. O capitão tricolor, aliás, contribuiu nessa estatística também com gols. Ceni vazou Marcos quatro vezes – três de falta e uma de pênalti.
Globo.com
