Foto: Fabiana Maranhão
Com informações de Fabiana Maranhão, de São Paulo
Menos de uma hora antes de a reunião da Executiva Nacional do PT ter começado, por volta das 18h desta terça-feira (5), o prefeito João da Costa deixou o auditório da sede do PT, em São Paulo, antes mesmo do término. Segundo ele, o presidente nacional do partido, Rui Falcão, comunicou a ele pouco antes do início do encontro que o nome escolhido é o do senador Humberto Costa.
"Não tem por que eu participar da reunião, se já sei o resultado", asseverou em entrevista aos jornalistas de plantão. O gestor disse, ainda, que vai conversar com aliados no Recife e decidir os próximos passos. João da Costa e pessoas ligadas ao seu grupo já comentaram que não vão desistir da candidatura dele.
O prefeito pede que seu nome seja homologado como candidato, já que venceu a prévia realizada no dia 20 do mês passado com 553 votos de diferença. Na época, o adversário de Costa era o deputado federal Maurício Rands, que desistiu da disputa para apoiar o senador Humberto Costa, que desde a semana passada é o candidato defendido pela Executiva Nacional.
Antes da renúncia de Rands, a prévia foi cancelada também pela Executiva. O deputado federal acusou João da Costa de ter "voto pirata". A Executiva negou que houve fraudes, reconheceu apenas falhas, mas cancelou a eleição interna mesmo assim.
Nos bastidores, o racha no PT do Recife é por conta de uma briga entre João da Costa e o deputado federal João Paulo. O mal estar entre os dois se arrasta desde o primeiro ano do mandato do atual prefeito. Antes disso, eram aliados. João da Costa assumiu secretarias importantes quando João Paulo era prefeito, como a de Planejamento. João Paulo peitou lideranças petistas para lançar Costa como seu sucessor e conseguiu elegê-lo. Hoje, caminham em lados opostos. João Paulo já ameaçou deixar o partido, recentemente asseverou que não sobe no palanque do desafeto em hipótese alguma.
Os motivos da desavença nunca foram comentados detalhadamente. Nos bastidores, comenta-se que João da Costa sentiu que o ex-prefeito queria interferir demais na sua administração, enquanto João Paulo afirma que Costa distanciou-se após a eleição, chegando a nem atender ligações.
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