Adriana comprou celular e ficou sem dinheiro para carregá-lo. Agora,
precisa de água limpa
Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem
O celular pequeno, modelo flip, de segunda mão, custou R$ 65. O chip saiu por R$ 10. Foram mais R$ 10 em créditos. Assim, pagando menos de R$ 100, Adriana Brito, 23 anos, moradora do Sítio Jurema, zona rural de Tabira (405 quilômetros de Recife), sentiu-se fazendo parte de um grande grupo mundial, aquele que tinha nas mãos um moderno telefone portátil, espécie de passe mágico que para tantos confirma: eu sou alguém. O sentimento de inclusão durou pouco: gastos os créditos, Adriana não tinha como ligar para ninguém, a não ser a cobrar. Não tinha à mão apenas R$ 10 que garantiriam, ainda que por um curto período, a sua participação naqueles outdoors das operadoras onde as pessoas surgem sempre sorrindo enquanto falam com alguém do outro lado da linha. Mas, para sorrir, Adriana precisava de dinheiro, precisava de créditos. Precisava ainda de outro item, este mais luxoso: água limpa.(JC.Online)