Relatório divulgado
recentemente pela Unaids, programa da Nações Unidas sobre a Aids, aponta que o
número de casos no Brasil vem aumentando nos últimos anos. Em Pernambuco, a
situação não é diferente, com destaque para dois grupos em especial. Nos últimos
27 anos, aumentou em 54% o número de mulheres infectadas pelo vírus HIV. De
acordo com os números da Secretaria Estadual de Saúde, a doença também cresceu
entre os idosos. Atualmente, existem 20.334 pessoas infectadas com o vírus da
Aids, sendo 6,5 mil novos casos nos últimos cinco anos.
"Qualquer um está vulnerável. Não existe grupo de risco. Tanto
crianças, que podem pegar com as mães, como adultos e idosos. Toda gestante
deve exigir a checagem no seu pré-natal", enfatiza François Figueiroa,
coordenador do programa estadual DST / Aids.
Em Pernambuco, é no Recife onde está a maior parte dos infectados pelo
vírus do HIV: 40%, ou 8.115 pessoas. No interior, estão 30% dos casos. Os
outros 30% são na Região Metropolitana. As cidades com maior número de pessoas
contaminadas são Jaboatão, com 2.512 casos, Olinda, com 1598. No interior,
Caruaru, no Agreste, com 692, e Petrolina no Sertão, com 320 casos.
A contaminação é maior entre os jovens a partir de 20 anos e adulto com
até 49 anos. Mas uma nova faixa etária, a dos idosos, está se infectando. O
número de casos cresce a cada ano. No Recife, são 223 notificados, de 1988 a
julho de 2014.
Os homens são os mais atingidos pela doença, 65%. Mas o número de
mulheres com Aids também está crescendo. Em 1987, quando começou a
pesquisa com mulheres, a proporção era de 14 homens para uma mulher com Aids.
Hoje, a cada dois homens, há uma mulher infectada, totalizando 7.109 casos.
Em Pernambuco há uma rede de unidades de saúde onde são feitos exames,
diagnóstico e tratamento da doença. No Centro de Aconselhamento e Testagem, no
bairro da Boa Vista, centro do Recife, também é feito um trabalho de prevenção
da Aids.
Na Policlínica Gouveia de Barros, por mês, são confirmados, em média, dez
casos de Aids. Geralmente, as pessoas chegam com outra doenças, as chamadas
infecções oportunistas, quando recebem o diagnóstico de HIV. "A tuberculose
é a primeira causa de morte nos pacientes com HIV/Aids. É uma doença
secundária", afirma a biomédica Andrea Lima.
O teste rápido é feito na hora, e o resultado sai no máximo, em quarenta
minutos. Quando o diagnóstico dá positivo para o HIV, a pessoa é encaminhada
para acompanhamento e tratamento.
Brasil
A tendência de aumento das novas infecções por HIV no Brasil veio à tona
recentemente com a divulgação de um relatório da Unaids, programa da Nações
Unidas sobre a doença. O levantamento constatou que, globalmente, o número
anual de novos casos caiu 27,5% entre 2005 e 2013, enquanto para o Brasil foi
apontado um crescimento de 11,8%. Dados consolidados pelo Ministério da Saúde,
por sua vez, indicam aumento de 9% entre 2002 e 2012.
G1