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quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Japão planeja jogar ao mar água contaminada por Fukushima


Até 2022 a empresa proprietária da usina nuclear japonesa de Fukushima, a Tepco, ficará sem espaço para armazenar a água contaminada após o acidente de 2011. O ministro do Meio Ambiente, Yoshiaki Harada, disse nesta terça-feira que, em sua opinião, o país não tem escolha senão "jogar [a água] no mar e diluí-la", algo que causou indignação dos pescadores e preocupação nos países vizinhos.

Em 11 de março de 2011, um terremoto de magnitude 9 e um tsunami de 15 metros causaram uma das piores crises nucleares da história: o sistema elétrico da Fukushima Daiichi se desativou; três de seus seis reatores sofreram fusões e um foi danificado pelas explosões de hidrogênio. Mais de 160.000 pessoas se viram forçadas a deixar a região.

Desde o acidente a Tepco passou a armazenar em cerca de mil tanques instalados na central mais de um milhão de toneladas de água contaminada, resultante da mistura da água do subsolo com a proveniente dos tubos de refrigeração para resfriar os reatores. Continua construindo contêineres, cada um com capacidade para receber entre 1.000 e 1.200 toneladas de água. Cada um leva cerca de sete a dez dias para ficar cheio. A empresa estima que em três anos ficará sem espaço.

Um painel de especialistas deve enviar um relatório sobre possíveis opções ao Governo japonês, que será responsável por tomar a decisão final. A empresa proprietária se limitará a acatá-la. Outras possibilidades incluem o armazenamento prolongado em terra ou a vaporização da água. "A única opção será lançar [a água] ao mar e diluí-la", disse Harada em entrevista coletiva em Tóquio, quando lhe perguntaram sobre as possibilidades que estão sendo consideradas. "O Governo como um todo vai debater a questão, mas gostaria de apresentar minha simples opinião", acrescentou. O ministro não especificou quanto líquido acredita que seria necessário jogar no Pacífico.

O acúmulo de fluido radioativo é um problema com o qual a Tepco tem de lidar desde o início da crise. Os porões dos prédios que abrigam os reatores chegaram a conter 500 toneladas de água subterrânea, procedente das colinas próximas. Após a construção de uma “parede de gelo” de terra congelada que isola esses edifícios e desvia a água subterrânea para o mar, a quantidade se reduziu para 100 toneladas. A mistura resultante com a água da tubulação é bombeada, tratada e armazenada. Mas o tratamento para limpar os resíduos radioativos não permite a eliminação do trítio, um isótopo de hidrogênio considerado relativamente inofensivo. Mais informações na Fonte: El País. 

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