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quarta-feira, 8 de maio de 2024

Central de Transplantes do Estado possibilita primeira doação múltipla de órgãos no HCP

“O transplante altera completamente o rumo da vida das pessoas que aguardam por um órgão. Muitas vezes, o transplante traz uma qualidade de vida para essas pessoas, como no caso daquelas que fazem hemodiálise, que esperam por um rim, por uma córnea e fazem a diferença no caso daquelas que aguardam por um fígado, um coração. O transplante se torna a diferença entre a vida e a morte. Muitas vezes esse ato de altruísmo e generosidade de uma família enlutada, que acabou de perder seu ente querido, se torna um processo que vem da sociedade e retorna para sociedade. Então é muito importante que o cidadão tenha essa consciência de falar, de verbalizar em vida o desejo de ser um doador de órgãos, porque a família respeita muito essa decisão”, destaca a coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco, Melissa Moura.

A doadora em questão era acompanhada pelo HCP devido a um câncer intracraniano de base cerebral benigno. Após a piora do quadro clínico, a equipe médica realizou os protocolos de acompanhamento e constatação da morte encefálica (ME). Este protocolo deve ser realizado por médicos com capacitação específica, que monitoram o paciente por meio de exames neurológicos, de imagem, clínicos e laboratoriais, juntamente com a equipe da Comissão Intra-Hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos (Cihdott). Ao Cihdott, cabe abordar a família visando o esclarecimento de dúvidas e realizando a sensibilização sobre a doação de órgãos. A Lei dos Transplantes, vale o reforço, estabelece que a doação só pode ocorrer após o consentimento familiar.

“O Hospital de Câncer de Pernambuco é referência na captação de córneas no estado. Pelo que temos conhecimento, é a primeira vez na história da instituição que foi possível realizar a captação múltipla de órgãos em paciente com tumor cerebral, devido à particularidade do caso. Mostra a importância da atuação do CIHDOTT em parceria com a Central de Transplantes de Pernambuco”, frisou o coordenador médico do CIHDOTT no Hospital de Câncer, Rogério Assunção.

TRANSPLANTES EM PERNAMBUCO - De janeiro a março deste ano, 343 órgãos e tecidos foram doados em Pernambuco. Destaque para a doação de córneas com 158, seguido de medula óssea (74), rim (73) e fígado (26). Em relação à lista de espera, atualmente, 3.360 pessoas aguardam por um órgão/tecido no estado. O maior quantitativo é para rim (1.756), seguido de córnea (1.380) e fígado (150).

Em todo o ano de 2023, foram realizados 1.531 transplantes em Pernambuco. Este número representou um aumento de 11,3% em relação ao ano de 2022 (1.376 procedimentos).

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