Em decorrência da crise causada pela pandemia da covid-19, as
redes municipais devem perder entre R$ 15 bilhões e R$ 31 bilhões em
tributos vinculados à manutenção e desenvolvimento do ensino (MDE)
neste ano, a depender do cenário de crise
econômica. Os dados são do relatório da série "Covid-19: Impacto
Fiscal na Educação Básica", do Instituto Unibanco e Todos
Pela Educação. Os dados foram extraídos da base de dados do
Tesouro Nacional. Foi o que informou o Congresso em Foco.
A redução no investimento anual por estudante deve ficar
entre R$ 670 a R$ 1.229 se somados os 23 milhões de estudantes em redes
municipais de Educação Básica.
Para se ter uma ideia, o valor mínimo investido por aluno no Maranhão e no Pará
em 2019, foi de R$ 1.351,96, segundo definiu a portaria interministerial número
7, de 28 de dezembro de 2018.
O relatório também traz um levantamento com 82 redes
municipais de educação, que identificou um conjunto de gastos adicionais
de R$ 870 por estudante matriculado, relacionado a despesas com ensino remoto,
alimentação, comunicação com as famílias, patrocínio de pacotes de dados de
internet e compra de materiais de higiene. A situação pode ser ainda
mais desfavorável quando se considera que o retorno às aulas presenciais
demanda despesas adicionais para readequação das escolas aos protocolos
sanitários.
Ao menos 55% da rede de ensino ainda está em fase inicial
de planejamento ou ainda não iniciou reflexões para combater esses efeitos que
deverão ser gerados pela crise. "Essa maioria de redes pode ter ônus
financeiros ampliados caso os processos de readequação sejam realizados de
maneira abrupta", mostra o estudo.
"A crise na Educação é ainda mais grave porque os efeitos são cumulativos. O afastamento da escola por todo esse período, sem o apoio adequado aos estudantes, terá um impacto negativo em sua aprendizagem por toda a vida. Por isso, o planejamento para a volta às aulas é tão fundamental - e nesse aspecto, coordenação é uma palavra-chave. Coordenação entre os entes federativos e entre as diferentes áreas da gestão ", afirma a presidente-executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário