O uso do antibiótico azitromicina no tratamento de pacientes com sintomas graves de Covid-19 não promoveu melhoras na evolução clínica deles. A conclusão é de uma pesquisa feita pela Coalizão Covid-19, liderada pelos hospitais Albert Einstein, HCor, Sírio-Libanês. Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz, BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, pelo Brazilian Clinical Research Institute (BCRI) e pela Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet).
Os resultados foram publicados na revista científica The
Lancet, uma das mais prestigiadas do mundo. "Os achados do estudo,
portanto, não sustentam a indicação do uso rotineiro desta terapia no
tratamento da doença em casos graves", afirma o grupo no texto. A
azitromicina tem sido o segundo remédio mais usado no mundo no tratamento dos
doentes. Ficou atrás da hidroxicloroquina quando se acreditava que a droga era
eficaz.
No Brasil, a azitromicina é distribuída por prefeituras e
ministrada por diversos médicos. O prefeito Bruno Covas, de São Paulo, por
exemplo, anunciou que fez uso da droga quando foi infectado pelo novo
coronavírus. "Muita gente dá azitromicina ao paciente assim que ele chega
ao hospital. Mas o estudo revela que ela não traz benefícios aos doentes",
diz a médica Viviane Cordeiro Veiga, da BP.
"É um bom antibiótico para infecções respiratórias,
mas não tem efeitos benéficos no caso de pacientes graves da Covid-19",
diz o médico Alexandre Biasi, do HCor. O estudo da azitromicina é o terceiro publicado
internacionalmente pela Coalizão Covid-19 desde que a epidemia começou no
Brasil.
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