Luciana Amaral do UOL, em Brasília
Apesar do apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem
partido), candidatos a prefeito que colaram suas imagens à dele ainda não
decolaram nas pesquisas de intenção de voto a 15 dias do primeiro
turno das eleições.
Até esta semana, Bolsonaro havia optado oficialmente por não se engajar nas campanhas municipais, embora tenha dado aval para o uso de seu nome e sua imagem por alguns candidatos, como Celso Russomanno (Republicanos), em São Paulo, Marcelo Crivella (Republicanos), no Rio de Janeiro, e Bruno Engler (PRTB), em Belo Horizonte.
Russomanno, que caiu
sete pontos percentuais no último Datafolha e cinco
no Ibope, chegou a retirar recentemente a menção ao presidente em vídeos de
campanha e jingles e passou a priorizar os ataques ao prefeito Bruno Covas
(PSDB) e ao governador João Doria, também
tucano. Só voltou a posar foto ao lado de Bolsonaro, ontem, após o chefe do
Executivo pedir, pela primeira vez, voto
em sua candidatura.
Já Crivella, estagnado
nas pesquisas, foi a Brasília para conseguir
gravar com o presidente um vídeo de apoio à campanha.
Em São Paulo, o marqueteiro de Russomanno, Elsinho Mouco,
disse que previsão é que Russomanno e Bolsonaro gravem vídeos para a disputa na
próxima semana. A ideia é mostrar que o presidente avaliza propostas do
candidato, como o 'auxílio paulistano' — espécie de complementação do auxílio emergencial federal—,
o 'auxílio-saúde' e estímulo à regularização de moradias na periferia de São
Paulo.
Na avaliação da equipe de Russomanno, ainda que ele não
tenha decolado, o bolsonarismo lhe oferece um "colchão de proteção".
Numa eleição com muitos candidatos —são 13 nomes à
prefeitura de São Paulo—, o mais importante é garanti-lo num piso de 20% das
intenções de voto para sobreviver ao primeiro turno. Para o estafe de
Russomanno, isso só é viável por meio da ligação com Bolsonaro, fator com o
qual Russomanno não contava em eleições passadas.
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