A montadora norte-americana Ford anunciou nesta
semana que vai deixar de fabricar veículos no Brasil. Há um mês, a gigante
alemã Mercedes-Benz também informou a saída do país. Os motivos são
parecidos. A crise da covid-19, a desvalorização do real e a reestruturação
global das companhias.
A norte-americana fechará 3 fábricas: em Camaçari
(BA), em Taubaté (SP) e da Troller (Horizonte, CE). A alemã acabará com a
única, em Iracemápolis, no interior de São Paulo. Ao menos 5.370 empregos serão
dizimados até dezembro de 2021 – sem contar o efeito cascata em fornecedores da
cadeia produtiva.
Nas contas da Anfavea (Associação Nacional dos
Fabricantes de Veículos Automotores), para cada emprego fechado numa montadora,
outros 5 são perdidos indiretamente.
A saída da Ford e da Mercedes reduzirá a capacidade de
produção da indústria automotiva brasileira em até 10%, para 4,5 milhões de
veículos ao ano.
“A situação econômica no Brasil tem sido difícil por
muitos anos e se agravou devido à pandemia”, informou a
Mercedes. “Estamos mudando para um modelo de negócios enxuto e com poucos
ativos, encerrando a produção no Brasil”, disse o presidente-executivo da
Ford, Jim Farley.
No caso da montadora norte- americana, a saída reflete os problemas da própria companhia. Ela já foi uma das maiores no país. Hoje está em 6º lugar em vendas com 7,4% do mercado de automóveis. Vendeu 119,4 mil carros ano passado. Perde para General Motors, com 18,9% do setor, Volkswagen (17,7%), Fiat (10,3%), Hyundai (10,1%) e Renault (7,4%). Por DOUGLAS RODRIGUES do Poder360.
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