Surgiu no Parlamento um movimento que tenta
colocar em pé a candidatura de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) à presidência da
Câmara. Ainda senador, Jarbas acaba de ser eleito deputado. Em fevereiro, ele
se transferirá para a Casa legislativa ao lado. O assédio lhe chega com três
meses de antecedência. Há quatro
dias, Jarbas recebeu um telefonema do deputado Silvio Costa (PSC-PE). Foi
informado de que há na Câmara um grupo interessado em empinar sua candidatura à
sucessão interna. Mencionaram-se na conversa vários potenciais apoiadores.
Entre eles, por exemplo, Miro Teixeira (PROS-RJ).
O nome de
Jarbas é mencionado como opção também nas conversas de integrantes do grupo dos
partidos de oposição. PSDB, DEM, PPS, PSB e Solidariedade buscam uma espécie de
terceira via. Algo que torne menos previsível a disputa, virtualmente
polarizada entre o líder do PMDB Eduardo Cunha (RJ) e o candidato a ser lançado
pelo PT.
No bloco
oposicionista, quem sugeriu o nome de Jabas foi o deputado Marcus Pestana,
vice-líder da bancada tucana e presidente do PSDB de Minas Gerais. O grupo
ainda não tomou uma posição. Fará nova reunião nesta terça-feira (4).
E quanto a
Jarbas, como se posicionará? Na conversa telefônica com Silvio Costa, ele soou
cauteloso. Disse que, como está chegando agora à Câmara, precisa tomar pé da
situação. Revelou-se disposto a conversar. Mas não assumiu nenhum tipo de
compromisso.
Há cinco
dias, Jarbas participou de sua primeira reunião com a bancada do PMDB na
Câmara. Testemunhou a recondução de Eduardo Cunha à liderança, em decisão
unânime. Diferentemente do que sucede no Senado, onde atua à margem de uma
bancada majoritariamente controlada por seus desafetos Renan Calheiros e José
Sarney, Jarbas sentiu-se acolhido pelos novos pares.
Em privado,
o quase ex-senador comentou que se identificou com tom oposicionista dos
discursos proferidos na reunião do PMDB da Câmara. Gostou inclusive da
manifestação do líder Eduardo Cunha, que se distancia do Planalto e declara que
é preciso barrar a ascensão do PT ao comando à da Câmara para evitar que a
legenda da presidente da República se torne uma força política “hegemônica''.
Ou seja:
tomado pelas palavras, Jarbas não parece enxergar numa eventual presidência de
Eduardo Cunha o fim do mundo.
Josias de Souza (Blog)(Blog do Magno)