O pedido coletivo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro formulado por Rede, PSB, PT, PCdoB e PDT vai incluir, além do episódio do colapso da saúde no Amazonas, a situação de mortes por falta de oxigênio no Pará. A peça também vai conter o dado de que o governo federal sabia da situação crítica de escassez de oxigênio nos hospitais desde o dia 8 de janeiro, seis dias antes de pessoas começarem a morrer asfixiadas em Manaus.
De acordo com o gabinete do senador Randolfe
Rodrigues (Rede-AP), a peça está sendo redigida e deverá ser entregue
ainda essa semana. Parlamentares da Rede ainda tentam reunir assinaturas para a
criação de uma CPI e de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
do Coronavírus para “apurar as ações e omissões do Governo Federal no
enfrentamento da pandemia da covid-19 no Brasil”.
A pressão por pedidos de impedimento do presidente – já
são 61 pedidos protocolados na Câmara – se intensificou em virtude do
agravamento do combate ao coronavírus e da insistência do mandatário em apostar
no tratamento precoce contra a covid-19, com remédios sem eficácia comprovada,
em detrimento da campanha de vacinação.
Na semana passada, movimentos sociais, políticos e
celebridades aderiram a panelaços anti-Bolsonaro realizados nas principais
cidades do País. A iniciativa ganhou inclusive a adesão do apresentador Luciano
Huck, um potencial presidenciável em 2022. Antes da formulação do pedido
conjunto, partidos da oposição já haviam elaborado e entregue solicitações
próprias do impedimento do presidente.
“Esse pedido não pode ter barreira (ideológica). Isso é
PT, PCdoB, Cidadania… Se amanhã o PSDB ou o próprio DEM quiserem (participar),
acho que não pode ter barreira ideológica. A pauta tem que unir todo mundo”,
afirmou ao Estadão Carlos
Lupi, presidente nacional do PDT, sigla que custou a se reaproximar do PT
depois das eleições de 2018. (Estadão)